
TOCANTINS, 13 de outubro de 2025 – O indicado por Eliziane Gama e presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Inácio Cavalcante, solicitou à Corregedoria da estatal a abertura de investigação sobre um grupo de WhatsApp formado por aproximadamente 300 servidores.
O pedido, revelado em documento interno, foi motivado pela suspeita de que o grupo atuaria como um “coletivo paralelo” voltado à discussão de temas internos e críticas à gestão.
De acordo com o despacho, Cavalcante citou o analista de Geociências Bruno Luiz Schoenwetter como criador do grupo em novembro de 2022, meses antes de sua posse na presidência do órgão.
O dirigente reconheceu a legitimidade de fóruns de debate entre funcionários, mas apontou “condutas preocupantes” atribuídas ao servidor, incluindo uso de horário de expediente para atividades não relacionadas às funções do cargo.
APURAÇÃO INTERNA E COMISSÃO DISCIPLINAR
Entre as condutas descritas no documento estão “questionamentos a atos administrativos sem embasamento”, “divulgação de informações jornalísticas não verificadas” e “incitação a colegas para adoção de posturas confrontadoras”.
O presidente determinou que a área competente apure eventuais violações de deveres funcionais e éticos por parte dos envolvidos.
Em outro despacho, Cavalcante criou uma Comissão de Processo Administrativo Sancionador (PAS) para conduzir as investigações.
Mensagens anexadas ao processo mostram críticas à administração de Inácio Cavalcante. Em uma delas, um funcionário sugere que o presidente pretende disputar uma vaga de deputado federal pelo Tocantins e que o projeto de mapeamento aerogeofísico do SGB teria início no estado por interesse político.
Em outra, o servidor afirma que Cavalcante teria “potencial para acabar com o SGB”.
DENÚNCIAS E USO DE RECURSOS PÚBLICOS
Ex-marido da senadora Eliziane Gama (PSD), que o indicou para o cargo, Cavalcante enfrenta críticas de entidades representativas de servidores.
Antes de sua nomeação, três associações enviaram carta ao governo federal questionando sua qualificação e mencionando processos por crimes ambientais, uso de documentos falsos, sonegação e denúncias de agressão à ex-esposa.
Nesta semana, vieram a público notas fiscais que registram despesas com hospedagem e alimentação de filhos do dirigente em viagens oficiais a Florianópolis (SC) e Maceió (AL), custeadas com recursos públicos. Entre os itens pagos constam camarão flambado, hambúrgueres e brownies.
A estatal afirmou que as notas foram emitidas em nome de terceiros por engano. No entanto, documentos obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram que, após a divulgação das informações, Cavalcante ressarciu os cofres públicos em cerca de R$ 9.220 no dia 10 de junho de 2025.







