
MARANHÃO, 13 de outubro de 2025 – O Maranhão aparece como o segundo estado com mais cidades consideradas “insustentáveis” financeiramente, segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O levantamento, referente ao ano de 2024, mostra que 179 dos 217 municípios maranhenses, o equivalente a 82%, não geram receita suficiente para cobrir suas despesas básicas.
O estudo indica que um quarto das cidades brasileiras (25%) não consegue sustentar a própria estrutura administrativa sem auxílio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que é abastecido com recursos da União.
Esses municípios apresentam alto grau de dependência financeira e operam com níveis críticos de autonomia, o que compromete a eficiência da gestão pública.
De acordo com o IFGF, que varia de 0 a 1 e mede a saúde fiscal das prefeituras, 1.282 municípios do país registraram nota zero, o que significa que não arrecadam o suficiente nem para manter o funcionamento do Executivo e do Legislativo municipais.
O levantamento aponta ainda que 52,8% das cidades brasileiras têm situação de autonomia considerada crítica.
As disparidades regionais também são evidentes. Enquanto as cidades com mais de 100 mil habitantes alcançaram média de 0,8251 ponto, os pequenos municípios obtiveram apenas 0,3726. Apesar disso, o índice geral de gestão fiscal em 2024 atingiu o melhor resultado desde 2013, impulsionado pelos repasses recordes do FPM.
A Firjan alerta que a dependência excessiva das transferências federais pode enfraquecer a responsabilidade fiscal dos municípios. O relatório ressalta que o recebimento garantido de recursos da União, sem exigência de contrapartida, tende a reduzir o comprometimento das administrações locais com uma gestão eficiente e equilibrada.
No ranking nacional, o Maranhão fica atrás apenas do Piauí, onde 83% das cidades foram classificadas como insustentáveis. Em seguida aparecem Paraíba (78%), Alagoas (72%) e Rio Grande do Norte (65%), que completam as cinco unidades da federação com os piores resultados.







