
BRASÍLIA, 22 de setembro de 2025 – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes bilionárias no INSS ouvirá a advogada mineira Clara Alcântara Botelho Machado.
A convocação da advogada, aprovada pelo Senado na semana passada, foi motivada por suspeitas de envolvimento da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap) em descontos não autorizados nos benefícios previdenciários.
Segundo o requerimento 1802/2025, Clara aparece em mais de 11 mil processos em todo o país atuando em defesa da Cobap. Em muitos deles, teria exercido a advocacia sem inscrição suplementar em seccionais da OAB, o que viola o Estatuto da Advocacia.
Além disso, ela sustentou em juízo que descontos entre R$ 98 e R$ 104 mensais seriam valores “irrisórios”, tese criticada por desconsiderar o impacto em aposentados de baixa renda.
ATUAÇÃO NO MARANHÃO
Clara já esteve envolvida em controvérsias no Maranhão ao se habilitar como amicus curiae na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7.780, movida pelo partido Solidariedade. Na ação, fez acusações contra o governador Carlos Brandão, familiares e aliados.
O ministro Flávio Dino recusou sua participação no processo, mas extraiu da peça denúncias que foram enviadas à Polícia Federal para investigação.
APURAÇÃO NA CPMI
Agora, Clara é vista não apenas como personagem de disputas políticas, mas também como alvo de suspeitas relacionadas a práticas abusivas envolvendo aposentados. A CPMI pretende esclarecer sua responsabilidade nos processos ligados à Cobap e verificar se sua atuação ajudou a legitimar descontos contestados nos proventos.
O depoimento está previsto para ocorrer nas próximas semanas no Congresso.







