ESTATAL EM CRISE

Correios enfrentam rombo recorde e podem acionar Tesouro

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Correios acumula prejuízos recordes e debate opções para evitar colapso, com possível impacto de até R$ 20 bilhões nas contas públicas.

BRASÍLIA, 05 de setembro de 2025 – Os Correios enfrentam uma crise financeira severa que pode levar a empresa a solicitar auxílio ao Tesouro Nacional para cobrir despesas essenciais até dezembro de 2025.
Cálculos da equipe econômica do governo federal indicam risco de falta de caixa já em outubro, com impacto potencial de R$ 20 bilhões nas contas públicas caso o socorro seja necessário.

A estatal, que deveria ser autossuficiente, acumula prejuízos crescentes desde 2023, obrigando o governo a considerar readequações orçamentárias para respeitar o teto de gastos.

Um aporte direto da União, estimado entre R$ 5 bilhões e R$ 8,7 bilhões, é discutido como alternativa para reduzir o impacto no limite fiscal. No entanto, o Executivo evita admitir publicamente a necessidade de intervenção.

Em junho, a estatal emitiu alerta sobre sua situação, mas a área econômica afirmou não haver espaço orçamentário para socorro. Os Correios destacam em nota que mantêm pagamentos e ações de contingência para garantir operações, sem confirmar se recorrerão ao Tesouro.

Além disso, a empresa busca um financiamento de R$ 4 bilhões com o Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do Brics) para modernização, mas a operação depende de aval federal e comprovação de capacidade de pagamento — atualmente inviável. Caso as negociações fracassem, um novo pedido de socorro ao Tesouro poderá ser formulado.

RESULTADOS NEGATIVOS E DISPUTA POLÍTICA

No primeiro semestre de 2025, os Correios registraram prejuízo de R$ 4 bilhões, quase o triplo do resultado negativo de 2024. O segundo trimestre alone teve saldo negativo de R$ 2,6 bilhões, influenciado por pagamentos de sentenças judiciais e pelo déficit do fundo de pensão Postalis.

A crise motivou o pedido de demissão do presidente Fabiano Silva dos Santos em julho, mas o governo ainda não oficializou a saída ou nomeou sucessor, em meio a interesses políticos de partidos como União Brasil e PT.

Paralelamente, a estatal enfrenta atrasos no pagamento de fornecedores — com passivo de R$ 600 milhões — e pressão interna por reajustes salariais, enquanto a direção alega incapacidade financeira para concessões.

O Ministério das Comunicações afirmou que os Correios têm autonomia gerencial, limitando-se à supervisão institucional, sem comentários sobre a situação fiscal.

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