BRASIL, 27 de novembro de 2024 – A Farmácia Popular atravessa uma crise de desabastecimento de insulina em todo o Brasil, afetando cerca de 2 milhões de diabéticos que precisam do medicamento diariamente para controlar os níveis de glicose no sangue.
Atualmente, as insulinas humanas NPH e regular, únicas opções gratuitas no programa, estão em falta nas unidades públicas, sendo disponibilizadas exclusivamente em frascos.
A escassez é atribuída à falta de insumos para a produção, conforme antecipado por laboratórios responsáveis pelo fornecimento.
Entidades médicas já haviam alertado sobre os riscos, mas, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o governo não adotou medidas para incluir insulinas alternativas no programa, o que poderia ter minimizado o impacto.
A vice-presidente da entidade, Solange Travassos, destacou a necessidade de planejamento prévio. “Um plano poderia ter ocorrido para incluir outras insulinas, permitindo que médicos e pacientes ajustassem os tratamentos”, afirmou.
Com a indisponibilidade das insulinas gratuitas, pacientes recorrem ao SUS, em busca do medicamento em postos de saúde, ou enfrentam custos adicionais, com opções disponíveis no mercado por cerca de R$ 150 mensais. O tratamento com versões mais caras exige acompanhamento médico para ajustes na dosagem.
O Ministério da Saúde assegura que o abastecimento nas farmácias públicas segue sem prejuízos, mas usuários relatam dificuldades em diversas regiões, como falta pontual e fracionamento de estoques.
Em reunião da comissão que avalia medicamentos para o SUS, Rafael Poloni, coordenador-geral da Assistência Farmacêutica Básica, reconheceu problemas em pregões realizados desde dezembro de 2023.
Dos quatro processos para aquisição de insulina, dois foram malsucedidos, enquanto os demais enfrentaram baixa adesão de fornecedores, agravando a crise de abastecimento.