BRASIL, 15 de outubro de 2024 – O setor de bares e restaurantes nacional teve queda de 4,0% no volume de vendas em setembro, devolvendo assim a alta observada em agosto, segundo dados do índice calculado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em parceria coma Stone. Na comparação anual, houve retração de 4,5%.
Para a Abrasel, o resultado dos últimos dois meses ilustra o momento de oscilações no segmento, mas há expectativa que o setor alcance recuperação nos próximos meses.
Entre os 24 estados analisados pelo índice Abrasel/Stone, Roraima foi o estado único a registrar crescimento no mês, com uma leve alta de 0,8% nas vendas. Já os estados do Maranhão e Piauí tiveram as quedas mais acentuadas, de 6,7% e 6,5%, respectivamente.
A retração também foi significativa nas regiões Sul e Sudeste, com destaque para o Rio Grande do Sul (5,3%) e São Paulo (3,9%).
Na comparação anual, o cenário é parecido. Em setembro ante o mesmo mês do ano passado, apenas Alagoas, Tocantins, Rio Grande do Sul e Roraima registraram bom desempenho, com destaque para o estado alagoano, que apresentou um aumento significativo de 7,9%.
Por outro lado, Maranhão e Piauí apresentaram os piores resultados de -8,5% e -7,2%, respectivamente.
Apesar das quedas registradas em setembro, o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, tem boas expectativas para o final do ano. “Embora tenhamos enfrentado uma retração, as projeções para os próximos meses são positivas. O pagamento do 13º salário, além das festas e férias de fim de ano, devem impulsionar o consumo.”
“Estamos confiantes em uma recuperação gradativa, especialmente a partir de novembro, quando esses fatores começam a impactar as vendas de forma mais significativa”, afirma.
O diagnóstico é que a economia brasileira vem apresentando bons números macroeconômicos, com taxa de desemprego em níveis historicamente baixos e relevante alta da massa salarial.
“Isso é contrastado por uma taxa de inadimplência ainda razoavelmente elevada e que tem se mostrado mais resiliente nos últimos meses, o que potencialmente explica a retração do consumo registrado”, comenta Matheus Calvelli, pesquisador e cientista de dados responsável pelo levantamento.