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Ford preferiu ter prejuízo de R$ 20 bilhões a continuar o Brasil

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Crise na montadora acontece desde 2013 e plano de reestruturação que acontece desde 2019 atingiu todos os países. Leis trabalhistas e sistema tributário brasileiro responderão por metade dos prejuízos no mundo inteiro.

Após fechar várias unidades pelo mundo nos últimos anos e de um prejuízo de 40% com a diminuição das vendas entre 2019 e 2020, a Ford anunciou o fechamento de suas fábricas no Brasil. O programa de reestruturação da empresa fora anunciado anos atrás e, desde então, já resultou na demissão de milhares de funcionários pelo mundo inteiro e em um prejuízo que ultrapassa R$ 50 bilhões.

Devido ao sistema tributário e trabalhista brasileiro, quase metade do prejuízo global da empresa acontecerá no Brasil. O impacto negativo nas contas da empresa no país será de aproximadamente R$ 20 bilhões em despesas. Desse total, R$ 13 bilhões são relacionados a compensações, rescisões trabalhistas, acordos e outros pagamentos. Outros R$ 7 bilhões decorrem a impacto contábil.

A empresa afirmou que o impacto da pandemia de coronavírus aumentou sua ociosidade industrial em níveis considerados inaceitáveis, o que motivou a decisão para reduzir perdas.

SUPRESA?

Em janeiro de 2019, o presidente-executivo da Ford, Jim Hackett, afirmou que 2018 tinha sido “medíocre” e continuou que era “hora de enterrar o ano em um túmulo profundo, chorar o que poderia ter sido e se tornar super focado em atingir e exceder o plano deste ano”.

Naquele mesmo ano a companhia anunciou o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP). O encerramento das operações proporcionou um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões com indenizações e contabilização de baixas de ativos.

No anúncio desta semana, a empresa anunciou que “desde a crise econômica em 2013, a Ford América do Sul acumulou perdas significativas” e que a matriz, nos Estados Unidos, estava sustentando a sucursal, “o que não é mais sustentável”, disse o comunicado.

EMPREGOS

A Ford informou que o fim das atividades irá implicar no desligamento de cerca de 5 mil empregados. Esses empregados irão receber indenizações que podem variar de R$ 28 a R$ 150 mil. Dependendo do cargo e tempo de trabalho.

Apesar de não ser noticiado, mesmo com a continuidade das operações no Uruguai e Argentina, parte dos trabalhadores nestes países também devem ser demitidos.

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