BRASIL, 22 de abril de 2024 – Dados recentes revelam que o governo Lula III enfrentou um número maior de greves em comparação com o mandato inicial de Bolsonaro. O levantamento do O GLOBO mostra que em 2023 foram registradas 629 greves, enquanto no primeiro ano do governo Bolsonaro foram contabilizadas 566, representando um aumento de 12%.
Essa tendência de crescimento das greves é observada em meio a um contexto de paralisações em órgãos estratégicos, que, segundo sindicalistas e especialistas consultados, tende a se intensificar ainda mais ao longo de 2024.
Apesar do aumento no número de greves, apenas 12% delas se estenderam por mais de 12 dias, um patamar semelhante ao do governo anterior. Cerca de 47% das greves foram de advertência, com tempo de duração pré-determinado.
No entanto, há situações distintas, como a greve na rede federal de ensino, em que os técnico-administrativos estão paralisados há mais de 40 dias.
De acordo com fontes do governo federal, essa categoria é a mais delicada devido ao seu alto número de servidores, representando quase 40% do efetivo total da máquina federal.
Apenas nos primeiros meses de 2024, o governo federal tem sido pressionado por paralisações em diversos setores, incluindo Ibama, ICMBio, Comissão de Valores Monetários (CVM), Banco Central, auditores fiscais e agropecuários, além dos técnico-administrativos.
Lideranças sindicais afirmam que o retorno do PT ao poder criou um ambiente mais favorável à mobilização do funcionalismo público do que na era Bolsonaro, e preveem um 2024 marcado por intensas cobranças.