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MARANHÃO, 8 de abril de 2024 – Apesar do significativo aumento no número de médicos no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) considera que ainda há um cenário de desigualdade na distribuição, na fixação e no acesso aos profissionais. O Maranhão aparece com índice de 1,26 por mil habitantes, sendo o menor do país. Enquanto no Distrito Federal há 6,31 médicos por mil habitantes, índice bem maior que a média nacional.
Depois do DF, vem Rio de Janeiro (4,34), São Paulo (3,70), Espírito Santo (3,61), Minas Gerais (3,46) e Rio Grande do Sul (3,42). Os dados fazem parte da Demografia Médica 2024, divulgada nesta segunda-feira (8) pelo CFM.
Densidade de médicos por UF
Distrito Federal – 6,31
Rio de Janeiro – 4,34
São Paulo – 3,7
Espírito Santo – 3,61
Minas Gerais – 3,46
Rio Grande do Sul – 3,42
Paraná – 3,2
Santa Catarina – 3,15
Paraíba – 3,08
Mato Grosso do Sul 3,02
Goiás – 2,93
Rondônia – 2,81
Tocantins 2,78
Sergipe 2,6
Piauí – 2,45
Pernambuco – 2,44
Rio Grande do Norte – 2,42
Mato Grosso – 2,33
Alagoas – 2,29
Ceará – 2,26
Bahia – 2,09
Roraima – 1,82
Acre – 1,82
Amazonas – 1,62
Amapá – 1,52
Pará – 1,39
Maranhão – 1,26
O Brasil registra, atualmente, 575.930 médicos ativos – uma proporção de 2,81 profissionais por mil habitantes, a maior já registrada no país.
Os números mostram que a maioria dos profissionais opta por se instalar nos Estados do Sul e do Sudeste e nas capitais, devido às condições de trabalho. Os que vivem no Norte, no Nordeste e em municípios mais pobres relatam falta de investimentos em saúde, vínculos precários de emprego e ausência de perspectivas.
Desde o início da década de 1990, o número de médicos no país mais que quadruplicou, passando de 131.278 para a quantidade atual, registrada em janeiro de 2024. No mesmo período, a população brasileira aumentou 42%, passando de 144 milhões para 205 milhões, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de médicos, portanto, aumentou oito vezes mais do que o da população em geral. Entre 1990 e 2023, a população médica registrou crescimento médio de 5% ao ano, contra aumento médio de 1% ao ano identificado na população em geral.
A maior progressão no volume de médicos ocorreu de 2022 a 2023, quando o contingente saltou de 538.095 para 572.960 – um aumento de 6,5%. Com índice de 2,8 médicos por mil habitantes, o Brasil tem hoje taxa semelhante à registrada no Canadá e supera países como os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do Sul e o México.
Para o CFM, o crescimento foi impulsionado por fatores como a expansão do ensino médico, sobretudo nas últimas duas décadas, e pela crescente demanda por serviços de saúde.