BRASÍLIA, 22 de março de 2024 – Mauro Cid, ex-ajudante de ordens durante o mandato de Jair Bolsonaro e tenente-coronel do Exército, foi reconduzido à prisão nesta sexta. O STF divulgou a prisão sublinhando a ação como decorrente de um mandado de prisão preventiva assinado pelo ministro Alexandre de Moraes.
A prisão do militar acontece após uma sequência de vazamentos de gravações em que Mauro Cid denuncia pressões enfrentadas por parte da Polícia Federal (PF) nas investigações contra uma suposta tentativa de golpe no Brasil. A revista Veja trouxe a público tais gravações nesta semana.
Posteriormente à audiência de ratificação dos termos de colaboração, o STF informou que foi executada a prisão preventiva de Cid, decretada por Moraes devido a violações das cautelares impostas e por atos de obstrução judicial. A detenção ocorreu com o acompanhamento da PF ao Instituto Médico Legal (IML).
Antecedendo sua prisão, Cid prestou esclarecimentos a um juiz auxiliar de Moraes no STF, seguido de exame no IML e a execução de um mandado de busca e apreensão em sua residência pela PF.
CONTEÚDO DAS GRAVAÇÕES
Nas gravações divulgadas, Cid critica o ministro Alexandre de Moraes, a quem atribui uma postura coercitiva nas investigações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro de 2023, além de inquéritos sobre milícias digitais e disseminação de informações falsas.
Cid expõe nas gravações o desafio de confrontar demandas investigativas com as quais não concorda ou desconhece. A Veja detalhou que os diálogos aconteceram após o sétimo interrogatório de Cid pela PF, destacando a pressão por confirmações que alinhassem com versões preestabelecidas pelos investigadores.
Adicionalmente, Cid menciona ser o mais impactado pelas consequências das investigações, sofrendo prejuízos financeiros e impactos familiares. A revista também reportou a possibilidade de as revelações nos áudios influenciarem na validade da delação premiada do tenente-coronel, que poderá ser convocado para novos depoimentos.
colaboração premiada de Cid, antecipando a possibilidade de novos depoimentos serem solicitados ao militar.