BRASÍLIA, 31 de janeiro de 2024 – O Conselho de Ética Pública da Presidência da República (CEP) arquivou uma investigação relacionada ao escritório da primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, no Palácio do Planalto, onde o presidente Lula despacha.
A decisão, relatada pela conselheira Kenarik Boujikian, foi publicada na última terça (23). A investigação avaliava um possível “desvio ético” do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e da secretária-executiva do órgão, Miriam Belchior.
O CEP justificou o arquivamento com base na “ausência de materialidade” e na falta de indícios de “infração ética”. A ocupação da sala no Palácio do Planalto por Janja começou em janeiro de 2023, coincidindo com o retorno de Lula à Presidência.
Além disso, Janja reivindica um gabinete oficial nos moldes das primeiras-damas norte-americanas. Em entrevista ao jornal O Globo em novembro do ano passado, ela argumentou que as primeiras-damas dos EUA têm “agenda e protagonismo” e questionou por que isso seria questionado no Brasil.
“Por que se questiona no Brasil? […] Vou continuar fazendo o que acho correto. Sei os limites. Quero saber das discussões, me informar, não quero ouvir de terceiros.”
A primeira-dama brasileira também esclareceu que suas conversas com o presidente ocorrem no ambiente privado e não influenciam diretamente nas decisões do governo.
“Minhas conversas com o presidente são dentro de casa, no nosso dia a dia, no fim de semana, quando a gente toma cerveja. Quando estou incomodada, vou lá e questiono. Não é porque sou mulher do presidente que vou falar só de marca de batom.”