BRASIL, 15 de dezembro de 2023 – Com falta de investimentos suficientes para expandir e aprimorar sua infraestrutura de logística (portos, estradas, ferrovias, etc) e com uma estrutura tributária complexa e pesada sobre o setor produtivo, além de um emaranhando de regras em relação aos negócios e baixa eficiência da mão de obra, o Brasil convive há inúmeras décadas com o chamado Custo Brasil.
O Movimento Brasil Competitivo (MBC) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) concluíram em um estudo que o Custo Brasil atinge o patamar de R$ 1,7 trilhão.
O valor é R$ 200 bilhões maior do que foi medido pela primeira vez, em 2019. O número representa o custo do conjunto de entraves que pesam no ambiente de negócios nacional.
A conclusão do estudo é a repetição do alerta que empresários de todos os setores e economistas têm feito desde há pelo menos quatro décadas. “O número impacta na operação de empresas de diversos portes e segmentos, encarece preços e serviços, comprometendo investimentos e a geração de empregos no país”, diz o estudo apresentado em Brasília no Primeiro Fórum de Competitividade.
A estimativa apresentada no evento representa o valor adicional que as empresas brasileiras desembolsam por produzir no Brasil, em relação à média de custos nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O estudo leva em conta todo o ciclo de vida de uma empresa, com base em indicadores de 12 áreas vistas como essenciais para a competitividade do setor empresarial. Em relação ao PIB de R$ 9,9 trilhões em 2022, o Custo Brasil representa 17,2% de tudo que é produzido no país.
Embora tenha um valor maior, o percentual do Custo Brasil caiu em relação a 2021, quando foi de 19,5%. O número que mede a ineficiência da economia brasileira é apenas um dos indicadores que o governo está recolhendo para traçar um plano para reduzir o Custo Brasil.
Um dos pontos que o estudo aponta como crítico e com maior impacto sobre o PIB está relacionado ao item Empregar Capital Humano, que trata da qualificação da mão de obra, dos encargos e processos e encargos jurídicos, o que leva a baixa qualificação de mão de obra a ser o fator de maior peso, correspondendo a 8% do Custo Brasil.
Em relação a Dispor de Infraestrutura, o Brasil ainda está bem distante dos países da OCDE, mas conseguiu avançar em mais de 30% no acesso à banda larga em todo o país. Já com relação ao custo logístico uma melhora na média da OCDE aumentou a distância do Brasil para os países do bloco, apesar de o quesito ficar estável no país.
Outro indicador absurdo é na hora de Honrar Tributos. São necessários 62 dias e meio para uma empresa brasileira fazer a preparação dos impostos, contra 6 dias na OCDE.