
Brasília, 19 de maio de 2023 – O relator do pedido de cassação do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) no Tribunal Superior Eleitoral, Benedito Gonçalves, possui um histórico de envolvimento com a Operação Lava Jato devido à sua proximidade com Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, que esteve envolvida em casos de corrupção.
Antes da homologação da delação de Pinheiro em 2019, um procedimento de investigação foi aberto contra Gonçalves. No entanto, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou o arquivamento do caso devido à extinção da punibilidade e à prescrição, conforme reportado pelo jornal Folha de S.Paulo na quinta-feira, dia 18.
Gonçalves também enfrentou uma denúncia no Conselho Nacional de Justiça em 2015, que também foi arquivada no ano seguinte.
Durante as negociações de sua delação premiada, Pinheiro revelou que conheceu Gonçalves em 2013 e que se encontrou com o ministro para tratar de questões judiciais envolvendo a OAS no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Até o início de 2014, Benedito proferiu decisões favoráveis à empresa em dois casos no STJ.
Segundo a delação, na época, o ministro estava buscando apoio no meio empresarial para sua candidatura ao Supremo Tribunal Federal e durante os encontros, discutiram estratégias para sua campanha. Em mensagens trocadas com o presidente da OAS, Gonçalves solicitou empenho e dedicação ao seu projeto e pediu a Pinheiro que conversasse com políticos com quem tinha relação.
Pinheiro afirmou que, em 2014, a OAS contratou o cartório onde um dos filhos do magistrado trabalhava no Rio de Janeiro para serviços de autenticação e reconhecimento de firma, com pagamentos mensais da OAS variando entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.