
Na última sexta (1) o assassinato brutal do líder indígena Paulo Paulino Guajajara em uma emboscada escreveu com sangue mais um capítulo da tragédia da gestão Flávio Dino no campo. Na troca de tiros, além da morte de Paulo e um madeireiro, ficou gravemente ferido o também líder indígena Laércio Souza Silva.
Semanas atrás o Maranhão teve destaque nacional com um mandato de reintegração de posse na comunidade Cajueiro, zona rural de São Luís. Após a ação da polícia, manifestantes foram duramente reprimidos no Palácio dos Leões.
Em 2015, primeiro ano do governo Flávio Dino, moradores da Vila Nestor, outra localidade da zona rural de São Luís, foram recebidos com bombas pela Polícia Militar. Na ocasião uma criança de colo chegou a ser atingida por uma bomba.
Além da repressão e da negligência com o assassinato de indígenas, o governo também é acusado de forjar a prisão de camponeses. Em setembro as prisões dos agricultores José Laudivino da Silva Diniz, Edilson da Silva Diniz, Emilde Cardoso Diniz, Antonio Carlos da silva Diniz e Joel Roque Martins Dutra desencadeou a Campanha Nacional de Liberdade aos Presos Políticos do Governador Flávio Dino.
De acordo com fóruns e redes de defesa dos direitos da cidadania do Maranhão, as prisões têm por funções retirar das próprias autoridades envolvidas a responsabilidade pela cumplicidade com a grilagem de terras; criminalizar quem legitimamente luta pelos campos públicos livres e humilhar quem luta pelos seus direitos e de suas comunidades.
O temor de que a atuação falida do governo comunista no campo ganhe repercussão nacional forçou o governo a criar uma força tarefa para “averiguar” a situação. O assassinato de Paulo Paulino Guajajara e o histórico do governo mostram o interesse real na causa.
Resta saber quando o governador Flávio Dino irá tentar culpar o presidente Jair Bolsonaro pelo fracasso da política no campo de seu governo.