A metapolítica do aborto
“A coisa mais misericordiosa que uma família numerosa faz a um de seus membros infantes é matá-lo”, assim atestou Margaret Sanger em seu livro Woman and the New Race, publicado em 1920. Sanger foi uma das mentes inspiradas pelo movimento eugênico, cujas práticas não tardariam em ser disseminadas por inúmeros teóricos, inclusive os nazistas. Não por acaso, Sanger, que buscava a legalização do aborto a fim de controlar o número de nascimentos, fundou a Planned Parenthood e estendeu a política abortista aos pobres, doentes e deficientes. A empresa – a qual em 2015 teve expostos vários de seus altos funcionários que estavam envolvidos no comércio de órgãos e tecidos humanos – tornou-se uma autêntica indústria da morte. Entre as décadas de 20 e 60, estudos demográficos inspirados pelas ideias de Thomas Malthus, que tratavam sobre os conflitos entre crescimento demográfico e disponibilidade de recursos, começaram a ser financiados por fundações bilionárias, o que fez com que a política abortista passasse a ser então encarada como “planejamento familiar”. No livro The Plundered Planet, Henry Osborn produziu um desserviço de cunho eco-alarmista ao vincular a eugenia com a preservação da natureza.