Enquanto Dino delira com nazistas, Tarcísio enfrenta traficantes de drogas
Na mesma semana em que o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), mostrou sua prioridade em combater grupos nazistas e controlar a internet, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), comunicou uma ação que deve causar muito prejuízo ao crime organizado e tráfico de drogas em São Paulo. As duas ações mostram visões antagônicas sobre a segurança pública no país. O PROBLEMA REAL Não é fantasia que o crime organizado e o tráfico de drogas vitimam dezenas de milhares de pessoas por ano no país. Facções criminosas promovem assassinatos, torturas, estupros, assaltos a banco e ataques diretos contra a sociedade. Em março, o crime organizado coordenou 300 ataques em apenas oito dias no Rio Grande do Norte. Mais de 50 cidades no estado foram alvo. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte mostram que, pelo menos, 2 mil pessoas são mortas pelo tráfico todos os anos. A FANTASIA Apesar de ser o ministro da Justiça durante uma das crises promovidas pelo crime organizado da história recente do país, Flávio Dino decidiu enfrentar outros inimigos: proprietários de armas legalizadas, grupos neonazistas e as redes sociais. Uma das primeiras medidas de Dino foi o recadastramento de todas as armas legalizadas do país. Apesar da preocupação do ministro, não há razão para se acreditar que a posse de armas legalizadas tenha tido algum tipo de incidência sobre o aumento da criminalidade no país. Aliás, o número de homicídios sofreu uma queda entre 2019 e 2022, segundo dados do Mapa da Violência. Fato que torna infundado o alarde de Dino em relação aos proprietários de armas do país. Na semana passada, o ministro acionou a Polícia Federal para investigar grupos nazistas. Mesmo com o alarde feito pelo ministro, não há registros de crimes que justifiquem a criação de uma grande operação da Polícia Federal. Em sua última investida contra inimigos fantasiosos, Flávio Dino anunciou que pode banir do Brasil redes sociais que não cumprirem determinações de exclusão de conteúdo. AÇÃO REAL Enquanto Dino luta contra seus espantalhos, Tarcísio de Freitas deve criar uma espécie de “portal da transparência” para tentar fazer um cerco ao tráfico de drogas na maior cidade do país. A ferramenta irá disponibilizar dados sobre a famigerada Cracolândia, o maior ponto de venda de drogas à céu aberto do Brasil. A ação de Tarcísio é inédita e coloca a transparência de informação, pela primeira vez na história do país, à serviço do combate ao crime. De posse dos números, a sociedade terá acesso, pela primeira vez, a informações que podem ser utilizadas para identificar e exigir providências das autoridades. O site deve tornar público dados em relação a prisões, tipos de crimes cometidos nas redondezas do lugar. A iniciativa pretende detalhar a rua em que um crime ocorreu e o método empregado. Além disso, o portal deve mostrar quantas pessoas foram detidas diariamente e quantas foram soltas após passarem por audiência de custódia. Há a possibilidade de que o site ainda revele estatísticas sociais sobre os viciados que frequentam a Cracolância, como procedência, antecedentes, idade e gênero. O portal é parte de um pacote de ações promovido pelo atual governo paulista. Na terça (11 de abril), o governador inaugurou um HUB de Cuidados em Crack e Outras Drogas. A unidade funciona como um centro de triagem para dependentes químicos da cracolândia.
Yglésio Moyses diz ter sido agredido por deputado comunista
O deputado estadual Yglésio Moyses (PSB) anunciou que acionará o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa para denunciar agressão com “tapas no peito e dedo na cara” promovida por outro deputado. Sem citar nominalmente o parlamentar em discurso na manhã desta quinta (13), Yglésio confirmou ao Blog do Gilberto Léda que se trata do deputado Rodrigo Lago (PCdoB). O motivo seria por Yglésio ter reclamado que seu projeto de lei o qual estabelece que o sexo biológico seja o critério definidor do gênero dos esportistas em competições esportivas profissionais no Maranhão ter sido desfigurado. Na forma original, projeto de Yglésio proíbe que uma mulher trans jogue uma competição feminina, como acontece na Superliga Feminina de Vôlei, em que joga Tifanny Abreu, atleta trans. Com a alteração de Rodrigo Lago ao apresentar um substitutivo, Yglésio havia dito na terça (11) que tratou-se ali de desrespeito a um colega da Casa. “Eu não acredito que os colegas vão ter coragem de aprovar esse substitutivo dele aí, por que senão vai ser confusão aqui dentro dessa Assembleia. Isso é um desrespeito. Quer fazer o seu projeto de lei lacrador, faça o seu projeto de lei lacrador, agora não modifique o meu”, disse em protesto. Como Lago não estava na sessão, o vice-presidente da Alema não comentou o tema. No dia seguinte, entretanto, foi que ocorreu a suposta agressão de Lago a Yglésio. É o que Yglésio afirma. Procurado, Rodrigo Lago preferiu não se pronunciar por ora, já que não foi citado. “Ele não me citou. Não tenho como me manifestar sobre algo que ele não disse sobre mim. Se ele protocola [ação no Conselho de Ética], me manifesto sobre o conteúdo. Por ora, não vou vestir nenhuma carapuça”, disse.
Brasil suspende uso e produção de vacina
O Brasil suspendeu a utilização e produção da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 desde outubro de 2022. De acordo com a Fiocruz, a medida se deu por causa da ‘baixa demanda’. O imunizante estava sendo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) após, no começo da pandemia de coronavírus, o governo Jair Bolsonaro ter firmado uma parceria com a AstraZeneca para o produto ser desenvolvido no Brasil. “No momento, Bio-Manguinhos/Fiocruz está produzindo um novo lote de insumo farmacêutico ativo, que permanecerá em estoque”, disse a fundação, por meio de nota. A Fiocruz garantiu que continua fabricando outras vacinas do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
Boulos deixa relatoria de comissão após acusação de má-fé
O deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) não será mais o relator da comissão mista que analisa a medida provisória de relançamento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Nessa quarta (12), o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), líder do partido na Câmara, acusou o parlamentar Guilherme Boulos (PSOL-SP) de má-fé por romper um acordo, avaliou entrar com alguma medida concreta contra ele, por exemplo uma denúncia ao Conselho de Ética da Casa, e disse esperar que Boulos renunciasse ao cargo de relator antes que a denúncia fosse concretizada. Segundo Boulos, o conflito foi provocado por falha de comunicação. “Houve um problema de mal entendido, de informações, e justamente para poder viabilizar o entendimento, o compromisso para que a comissão ande, houve um acordo”, disse na saída da reunião. “Temos tido nos últimos meses impasses em relação ao estabelecimento das comissões, o rito das MPs e finalmente chegamos a um acordo que destravou. Na reunião de líderes hoje, o nosso entendimento é que não se podia andar para trás nesse acordo que destravou, para que a comissões sejam todas, não só estabelecidas, mas [estejam] funcionando na semana que vem”, afirmou. Dessa forma, o relator da comissão será o deputado Fernando Marangoni (União-SP), o senador Eduardo Braga (MDB-AM) será o presidente e Guilherme Boulos será o vice-presidente do colegiado, como prevê o acordo.
Flávio Dino é chamado para prestar esclarecimentos ao Senado
A Comissão de Segurança Pública do Senado, presidida pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC), aprovou o convite para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comparecer ao Congresso Nacional e prestar esclarecimentos. Na primeira vez que foi convidado a prestar esclarecimentos à CCJ da Câmara dos Deputados, Dino foi protegido por regras que impossibilitavam réplicas pelos parlamentares, ouvia as perguntas e respondia da forma que achasse melhor além de optar pela desinformação, deboche e galhofa contra os deputados. Na última,já na comissão de Segurança Pública da Câmara Federal, Flávio Dino deixou a audiência na Câmara aos gritos de “fujão” por ir embora antes do previsto. Há expectativa de que Dino retorne à Câmara no dia 3 de maio.
O que é uma mulher?
“O que é uma mulher?” Essa pergunta se tornou a criptonita dos políticos descolados do Ocidente nos últimos anos. Repita essas cinco palavras e veja qualquer um deles tremer e se contorcer diante dos seus olhos, enquanto tenta desesperadamente não dar uma resposta clara e exata. Chris Hipkins, o novo primeiro-ministro neozelandês, é o mais recente político a cair nessa armadilha. Em uma coletiva de imprensa, o jornalista Sean Plunket repetiu uma afirmação recente feita por Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, de que 99,9% das mulheres não têm pênis. “Como este governo define uma mulher?”, ele perguntou a Hipkins. A pergunta impressionantemente simples deixou o primeiro-ministro sem palavras. “Eu… para ser sincero… Essa pergunta me pegou um pouco de surpresa”, respondeu ele. Depois de uma longa pausa, Hipkins deu a seguinte definição: “A biologia, o sexo, o gênero… As pessoas definem a si mesmas. As pessoas definem o próprio gênero”. Quando insistiram na pergunta, ele deu a reveladora desculpa de que não estava esperando essa pergunta e, por isso, não tinha tido a oportunidade de “pré-formular” uma resposta. O que está acontecendo? Por que um político dessa estatura não consegue responder uma pergunta de biologia de nível escolar? Existem duas explicações possíveis. O mais provável é que Hipkins saiba exatamente o que é uma mulher, mas esteja assustado demais para dizer. Ele com certeza sabe que definir uma mulher como “indivíduo do sexo feminino”, a definição correta, é atrair acusações de transfobia. Isso pode levá-lo a ser incansavelmente caçado por extremistas da pauta trans e seus facilitadores na mídia. Essas mulheres foram constrangidas, silenciadas e atacadas, por estarem dispostas a afirmar o que o novo primeiro-ministro da Nova Zelândia se recusou a dizer. Ou talvez Hipkins de fato acredite no culto de gênero. É possível que o primeiro-ministro da Nova Zelândia acredite genuinamente que o sexo biológico é uma irrelevância antiquada. Lógico, o que significaria que os direitos das mulheres baseados no sexo também são uma irrelevância. A pergunta “o que é uma mulher” é especialmente pertinente na Nova Zelândia. Poucas semanas atrás, a militante pelos direitos das mulheres Kellie-Jay Keen (também conhecida como Posie Parker) foi agredida em um ato “Let Women Speak”, em Auckland. Ela foi atacada com sopa de tomate. E afirmou ter temido por sua vida, ao ser abordada por uma multidão de ativistas da pauta trans. Nessa mesma manifestação, uma idosa foi agredida. Essas mulheres foram constrangidas, silenciadas e atacadas, por estarem dispostas a afirmar o que o novo primeiro-ministro da Nova Zelândia se recusou a dizer: que as mulheres existem, e que seus direitos importam. Então, Hipkins é um covarde ou é membro do clube da ideologia de gênero? Seja como for, seus comentários ridículos não caem bem para os direitos das mulheres da Nova Zelândia. Fraser Myers é editor assistente da Spiked e apresentador do podcast da Spiked.Ele está no Twitter: @FraserMyers
Deputado pode denunciar Boulos por rompimento de acordo
Nesta quarta-feira (12), o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), líder do partido na Câmara, acusou o parlamentar Guilherme Boulos (PSOL-SP) de romper um acordo sobre a relatoria da comissão mista que vai analisar a medida provisória do novo Minha Casa, Minha Vida. O colegiado foi instalado na terça (11) e Boulos foi escolhido como relator. Porém, de acordo com Nascimento, Boulos agiu de má-fé haja vista que havia um acordo prévio para que o União Brasil indicasse um parlamentar para ser o relator da comissão mista. Por conta disso, o parlamentar disse que avalia denunciar Boulos ao Conselho de Ética da Casa e já estuda alguma medida concreta contra ele. “O desrespeito não foi com o União Brasil, mas com todo o colegiado de líderes, instância a mais importante da Casa, que tomou decisão baseada na proporcionalidade [partidária] da Casa. O PSOL não tem nem tamanho para ser membro de um colegiado de 12 [membros], quanto mais para ser relator. O deputado Boulos foi lá e, de má-fé, falou ao presidente [da comissão mista] que tinha sido escolhido, o que não é verdade […] A escolha recaiu sobre o União Brasil. O PT escolheu a comissão do Bolsa Família, e a gente ficou com o Minha Casa, Minha Vida. O MDB [ficou] com a MP da reestruturação dos Ministérios. Vou avaliar se levo ele ao Conselho de Ética ou não. Isso nunca aconteceu no Parlamento”, destacou o deputado. Elmar disse esperar, contudo, que Boulos renuncie ao cargo de relator antes que a denúncia seja concretizada. “Você vir com uma informação falsa para um presidente de uma comissão mista para se beneficiar disso eu não acho uma medida correta. Eu não gosto muito desse tipo de coisa, de entrar com representação. Eu espero que ele reflita e renuncie.” Em nota, Boulos disse que busca “ajudar a resolver o impasse pelo diálogo”. Além disso, o esquerdista criticou o comportamento de Nascimento. “Quero crer que a fala do deputado Elmar seja por desinformação e não por má-fé. Não vou fazer como ele, partindo para ilações e ataques.”
Michelle Bolsonaro repudia suposto “assédio” de Márcio Jerry
A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro se pronunciou nesta quarta (12) sobre suposto “assédio” do deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA). Por meio de nota, a presidente do PL Mulher prestou solidariedade à parlamentar Júlia Zanatta (PL-SC). “Minha incondicional solidariedade à deputada Júlia Zanatta, vítima de assédio pelo deputado Marcio Jerry. O ato dele nitidamente teve o intuito de inibi-la. Como presidente do PL Mulher, manifesto a minha completa repulsa pela ação intimidadora desse parlamentar. Júlia Zanatta, você tem o meu apoio e de toda a bancada feminina do PL”, afirma a presidente do PL Mulher. “Nós do PL Mulher nos solidarizamos com a Deputada Julia Zanatta. Nosso ambiente de trabalho deve estar protegido de qualquer tipo de assédio e intimidação. Seguimos fortes na defesa das mulheres que dedicam as suas vidas ao progresso do nosso país”, acresenta Michelle Bolsonaro na legenda publicação. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por PL Mulher Nacional (@partidoliberalmulher) O deputado Márcio Jerry pode responder por assédio no Conselho de Ética da Câmara pelo gesto de ter se aproximado e falado no pescoço da deputada. O Partido Liberal já prepara uma representação para acionar o comunista.