
SÃO LUÍS, 14 de novembro de 2025 – A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou falhas graves no controle de estoques do Sistema Único de Saúde que causaram perdas bilionárias ao erário.
Dois relatórios do órgão apontam problemas recorrentes na gestão de insumos pelo Ministério da Saúde entre 2021 e 2023, incluindo aquisição de vacinas, medicamentos e testes para COVID-19. Segundo os documentos, o país perdeu R$ 2,3 bilhões com o descarte de produtos com prazo de validade expirado.
A CGU listou seis falhas principais que contribuíram para as perdas bilionárias no sistema de saúde. Entre elas estão a inexistência de parâmetros para perdas aceitáveis e falhas em sistemas de gestão de estoques.
O relatório também apontou descumprimento da Portaria GM/MS 4.777/2022, problemas logísticos e recebimento de insumos com validade inferior a 70% de vida útil. Essas fragilidades aumentaram significativamente o risco de desperdício de recursos públicos.
Além disso, a controladoria detectou superdimensionamento em contratos de aquisição de testes para COVID-19.
Inicialmente, o Ministério da Saúde planejava comprar 90 milhões de testes por R$ 189 milhões em 2025, mas reduziu o pedido para 73 milhões após orientação da CGU. Do total das perdas, aproximadamente 89,7% estavam ligados à pandemia, incluindo R$ 1,5 bilhão em vacinas e R$ 317,2 milhões em anestésicos.
O Ministério da Saúde afirmou ter promovido mudanças na gestão de estoques do SUS, atribuindo a responsabilidade pelas falhas ao governo Bolsonaro.
A pasta mencionou a criação de sala de situação, monitoramento contínuo, compras flexíveis e uso de inteligência artificial como medidas já implementadas. A gestão atual também destacou avanços na cobertura vacinal desde 2023 e investimentos em sistemas mais modernos de controle.







