BRASÍLIA, 14 de agosto de 2023 – O plano de criar uma Guarda Nacional, proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, tem causado desconforto no Exército Brasileiro. A sugestão, anunciada em janeiro após manifestações de 8 de janeiro, está sob escrutínio.
A proposta da Guarda Nacional, idealizada por Flávio Dino e que inquieta o Exército, visa reunir várias forças de segurança para proteger prédios públicos. Em essência, essa nova entidade poderia diminuir uma das principais responsabilidades do Exército na Esplanada dos Ministérios. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela defesa do Palácio do Planalto, é formado por militares.
A proposta faz parte do “Pacote da Democracia”, entregue à Presidência e à Casa Civil. Dino reiterou a necessidade da Guarda Nacional em maio, visando evitar que desentendimentos políticos ou dificuldades de diálogo entre as unidades da Federação deixem os Poderes vulneráveis à insegurança. O Exército, por sua vez, contesta a ideia de que cometeu erros durante os incidentes de 8 de janeiro. Os militares afirmam que o baixo efetivo presente naquele dia foi uma solicitação do GSI, ligado à Presidência da República.
De acordo com o Exército, o GSI de Lula requisitou apenas 35 homens para 8 de janeiro. “Estou tentando transmitir à tropa tudo o que está acontecendo e que não podemos errar”, afirmou um general à revista Veja, abordando como o Exército enxerga a proposta de Dino. “Porque, se errarmos, vão criar a Guarda Nacional.” Esse general também enfatizou que “depende do soldado proteger a missão. Se o soldado cometer um erro, vão dizer: ‘Está vendo? Com eles não podemos continuar’.”
Os detalhes precisos da proposta de Dino para a Guarda Nacional permanecem em sigilo. O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a criação desse novo grupo está passando por análises internas e de viabilidade.