Bem, o bom jornalismo se dedica aos fatos e circunstâncias. A análise histórica é tarefa de historiadores e analistas. Jornalistas reportam e analisam fatos do cotidiano. E, enquanto tais, não podem ser sequestrados por cegueira.
O fato desta quinta (27) é que o Circuito Beira-Mar no Carnaval do Maranhão é um sucesso. Mesmo que servindo de desculpa para encher os bolsos de artistas amigos, como Zeca Baleiro e o anônimo Otto, o êxito na consolidação da ideia é inquestionável.
Não deixa de ser estranho que um governo que tem como grandes feitos o eterno mais do mesmo (reforma de escolas, aumento de impostos, tapa-buracos, corrupção, distribuição de ambulâncias e cabide de emprego para aliados) tenha sido tão vanguardista e de forma tão simples e acertada.
O Circuito Beira-Mar é dessas ideias que podem se consolidar e virar, se já não o é, uma marca da capital maranhense. E tudo, pelo menos aparentemente, de forma sustentável.
Como mais organização e formulação de parcerias, o evento custeado hoje pelo pagador de impostos pode muito bem ser passado a setores da iniciativa privada. E não falo da mamata canalha da Lei de Incentivo a Cultura que derrama dinheiro do povo nas mãos de alienígenas como Otto. Falo de empresas dispostas a custear a coisa com direitos de imagem e publicidade à fim de garantir melhor estrutura, melhores atrações, mais conforto e organização. Afinal, quanto maior, mais público e, quanto mais público, mais sucesso.
Flávio Dino e sua equipe foram muitíssimo felizes na formulação de levar o público do carnaval a um lugar belíssimo em que a folia não causa efeitos colaterais que excedam o aceitável. Se realmente quiser deixar sua marca e evitar que seus sucessores, ou ele mesmo, estraguem tudo, deve pensar imediatamente em uma concessão ou parceria que garanta mais brilho e sucesso a custo zero ao pagador de impostos.