Milei pede Estado menor e defende reforma trabalhista

Milei Pacto

ARGENTINA, 09 de julho de 2024 – O presidente da Argentina, Javier Milei, assinou no final da noite de segunda-feira (8) o Pacto de Maio, no que originalmente deveria ser um marco de reunião nacional, mas que acabou por expor as divergências políticas do país. O líder ultraliberal conseguiu reunir 18 dos 23 governadores de províncias em torno dos compromissos de desregulamentação e modernização da economia argentina, mas não obteve o desejado aval consolidado do Poder Judiciário e dos sindicatos. Ainda assim, Milei aproveitou o discurso para reforçar sua agenda agressiva de desregulamentação. Segundo ele, a busca do equilíbrio fiscal “é inegociável” e “a defesa da propriedade é a defesa de um direito e o caminho do crescimento económico”. Citando um dos 10 pontos do Pacto de Maio, o presidente deu mostras de que uma das prioridades nessa segunda fase de seu governo será buscar uma reforma trabalhista. Ele afirmou que o regime atual de contratações “é obsoleto e prejudicial ao país” e que “é hora de aceitar que a melhor coisa para um trabalhador é um empregador”. Para o libertário alertou, o modelo hoje usado tem regulamentações ultrapassadas que impedem a contratação formal para o setor privado. “É por isso que 2 em cada 10 pessoas em idade de trabalhar têm um emprego formal e esse número praticamente não se move há 10 anos”, alegou. “A Argentina tem que deixar de ser um inferno fiscal para aqueles que trabalham, se esforçam e investem”. Ele defendeu ainda que  que a redução do Estado tem de ser acompanhada de uma redução do sistema fiscal da economia. “Um Estado pequeno com funções limitadas vale mais do que um grande Estado que desperdiça recursos e bloqueia a prosperidade”. Para o presidente Javier Milei, o Pacto de Tucumán é, “depois de tanta divisão”, um “símbolo da mudança de era”.

Aprovação de Alberto Fernández continua caindo na Argentina

ALBERTO FERNANDEZ

A aprovação do presidente da Argentina, Alberto Fernández, continua caindo. De acordo com levantamento da Universidade de San Andrés revelada na última quarta-feira (26), 72% dos argentinos desaprovam o atual governo. A pesquisa aponta o nível mais baixo desde que Fernández assumiu a presidência. A inflação é considerado o principal problema da Argentina, seguida pela corrupção, crime, roubo e insegurança. A preocupação com doenças aumentou consideravelmente e muitos dos entrevistados discordam parcial ou totalmente das medidas adotadas pelo governo federal em relação à pandemia do novo coronavírus. Dessa forma, o fato da Argentina atravessar uma série de problemas econômicos e medidas restritivas para o combate à Covid-19, a popularidade de Alberto Fernández despencou acentuadamente.

Presidente da Argentina também recusou exigências da Pfizer

ALBERTO FERNANDEZ

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, esclareceu em entrevista que foi publicada nesta quinta-feira (27), em um canal do YouTube, o porquê de não ter adquirido os imunizantes da Pfizer. “Qual foi a primeira vacina aprovada pela Argentina? Você quer me explicar por que não quero comprar se foi a primeira vacina que aprovei? Não quero comprar porque entre as condições iniciais que a Pfizer colocou – agora está mudando algumas – a verdade é que (a Pfizer) me pôs em uma situação muito violenta de demandas e comprometeu o país”, afirmou o presidente no canal no YouTube do artista Pedro Rosemblat. Entretanto, Alberto Fernández não explicou que condições foram essas que o laboratório norte-americano exigiu para vender 14 milhõs de doses contra a Covid-19 à Argentina depois da realização dos testes no país sulamericano. “Não posso assinar porque estão me pedindo coisas excessivas […] A negociação com a Pfizer nunca foi interrompida e continua até hoje. O que eu acredito intimamente? Quando você analisa como a Pfizer agiu com aqueles que compraram a vacina, a verdade é que ela cumpriu em parte e não cumpriu com muitos. Agora, onde ela não falhou? Nos Estados Unidos”, afirmou o presidente da Argentina. Não é novidade as supostas exigências feitas pela farmacêutica, pois, de acordo com reportagens publicadas pelo Bureau of Investigative Journalism, há contratos do laboratório Pfizer com países como África do Sul, Argentina e Brasil que exigiam bens públicos como garantia para compra de vacinas contra o novo coronavírus. Além de exigir bens estatais como prédios de embaixadas e bases militares, o contrato também isentava a responsabilização na Justiça para o laboratório mediante possíveis efeitos adversos provocados pela imunização. “Não concordo com esse posicionamento. Não concordo com o que é referente… Não concordo com o qualificativo de cláusulas leoninas. Nessa pandemia, a Pfizer correu um risco sem precedente em uma situação sem precedente, que requeria que todo mundo colaborasse com esse processo“, disse Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil, em sessão na CPI da Pandemia no Senado. Após o executivo alegar que não existem cláusulas abusivas de garantia para a negociação por vacinas contra o novo coronavírus, os parlamentares da Comissão não mais fizeram perguntas a respeito do assunto. No domingo (23), a Pfizer negou que Ginés González García, ex-ministro da Saúde da Argentina, tenha solicitado suborno para fechar contrato para comprar vacinas de combate à pandemia. A resposta da Pfizer veio depois de Patricia Bullrich – ex-ministra de Segurança e atual presidente do principal partido oposicionista argentino -, afirmar que o ex-ministro da Saúde condicionou a aquisição das vacinas a uma “devolução de dinheiro” por parte do laboratório norte-americano. De acordo com a ex-ministra de Segurança, o presidente do país estava ciente das negociações. Nesta quinta-feira (27), a Argentina contabilizou mais de 40 mil novos casos de coronavírus e 551 mortes pela primeira vez. A aprovação do governo de Alberto Fernández reduziu de 67% em abril do ano anterior para 26%, e a desaprovação é de 72% de acordo com pesquisa divulgada pela Universidade de San Andrés, nesta quarta-feira (26).

“Brasileiros vieram da selva”, declara o presidente da Argentina

IMAGEM BLOG

Durante visita oficial do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, nesta quarta-feira (9), o presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez declaração que repercutiu quando tentava explicar os laços históricos do país com a Europa. “Os mexicanos vieram dos índios, os brasileiros vieram da selva, mas nós, os argentinos, viemos dos barcos. E eram barcos que vinham da Europa”, disse o presidente, durante encontro em Buenos Aires, sendo que, pouco depois, pediu desculpas pelo Twitter a quem se sentiu ofendido. No encontro, Sánchez expressou o apoio da Espanha às negociações para renegociar uma dívida multimilionária que atualmente o país argentino mantém com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Clube de Paris.

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