PSOL emite nota golpista de apoio a terrorismo no Peru
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) decidiu divulgar nota de apoio à onda de ataques terroristas orquestrados por partidários do ex-presidente golpista do Peru, Pedro Castillo. Na nota, o partido condena as reações democráticas do governo contra as tentativas de reestabelecer o poder de Castillo após ele ter sido destituído pelas instituições democráticas após tentativa frustrada de golpe. Pedro Castillo foi destituído do cargo em dezembro de 2022 após anunciar que iria acabar com o Congresso, dissolver o Poder Judiciário e iniciar um regime de exceção em que governaria por decretos. Todos os demais poderes se uniram em uma grande frente em defesa da democracia que resultou na deposição do golpista. Judiciário, Legislativo, Iniciativa Privada, Ministério Público, Exército e Igreja apoiaram a deposição. Após a reação democrática, foi iniciada uma série de tentativas de libertar o golpista e instituir o governo de exeção. Além da recondução de Castillo ao cargo, os golpistas apoiados pelo PSOL exigem a dissolução da Suprema Corte e do Congresso Nacional do país. Apesar de ocultar o caráter golpista da extinção das instituições democráticas, o PSOL deixa claro que apoia os ataques terroristas. Chamando de “populares” os terroristas que espalham o caos e a destruição no Peru. “O PSOL também apoia as reivindicações populares de eleições gerais para a presidência e o Congresso em 2023 e a abertura de um processo para eleição de uma Assembleia Nacional Constituinte. O povo peruano merece solidariedade e apoio!”, diz a nota. A onda de violência antidemocrática já resultou na morte de mais de 50 pessoas e deixou um rastro de 300 feridos.
Congresso aprova processo de impeachment de Pedro Castillo
O Congresso do Peru aprovou nesta segunda (14) a abertura do processo de impeachment do presidente de Pedro Castillo devido a acusações de conspiração e tráfico de influência em contratos do governo com empreiteiras para obras públicas. Se trata da segunda ação contra ele em menos de um ano, isto é, em sete meses e meio à frente do país peruano. A primeira foi rejeitada em dezembro. Desta vez, foram contabilizados 76 votos a favor e 41 contra, com apenas uma abstenção. O processo chamado de moção de destituição é similar às que resultaram nos impeachments de Pedro Pablo Kuczynski, em 2018, e de Martín Vizcarra, no ano retrasado.
Congresso do Peru rejeita impeachment de Pedro Castillo
A sessão contou com a defesa formal de Castillo. O presidente peruano discursou logo no início da sessão e negou qualquer crime. Também pediu que os congressistas votassem contra a instabilidade no país e com união para enfrentar a crise política e econômica. Também voltou a dizer que sua gestão errou. Segundo ele, “todos” cometem erros e tem “defeitos”, mas ele afirma que se mantém leal aos seus “compromissos, valores e princípios”. O processo contra Castillo era por “incapacidade moral permanente”, em um instrumento chamado “moção de vacância”. Ele era acusado de corrupção em contratos da petroleira estatal Petroperú e de mentir em investigações. Em janeiro, o Ministério Público do Peru abriu investigação preliminar contra Castillo por suposto tráfico de influência e conluio por intervenção “indevida e indireta” em contratos governamentais. Buscas foram realizadas no Palácio do Governo, na capital Lima, e em outros 14 imóveis. O presidente peruano também é investigado por interferência em promoções militares. Quem é Pedro Castillo Pedro Castillo foi eleito presidente do Peru em junho de 2021. Concorreu pelo partido de esquerda Perú Libre e obteve 50,125% dos votos. O presidente chegou ao poder impulsionado pela insatisfação com os partidos tradicionais e pelo aumento da pobreza no Peru. Castillo prometeu reescrever a Constituição peruana para fortalecer o Estado. O chefe de Estado peruano cresceu em San Luis de Puña, distrito de Chugur, no norte rural do país. Antes de ser eleito, era professor e líder sindicalista.