Ala bolsonarista, petistas e Centrão querem saída de ministro

BRASÍLIA, 16 de agosto de 2023 – O recente apagão que afetou a rede elétrica do Brasil, mantendo grande parte do país sem energia elétrica por cerca de 6 horas, aumentou consideravelmente a pressão sobre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Anteriormente, tanto a ala bolsonarista do PSD quanto a esquerda do PT já manifestavam desejo pela saída do ministro. Agora, membros do Centrão também começam a cogitar alternativas. Entre os nomes considerados como possíveis substitutos para Silveira está o deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (União Brasil-PE), mesmo que a vaga, em tese, seja do PSD. As articulações no Centrão, no entanto, não são abaladas por essa questão. Bezerra Filho possui experiência como ministro de Minas e Energia durante o governo de Michel Temer (MDB) e é conhecido por sua habilidade política, além de ter um bom relacionamento com diversos congressistas do Centrão. Apesar da crescente pressão, Silveira ainda mantém importantes apoios tanto dentro quanto fora de seu partido. Atualmente, o ministro conta com o apoio de figuras como: Silveira também tem se aproximado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tendo inclusive participado da posse do presidente do Paraguai, Santiago Peña, com Lula. Após o apagão, ele retornou ao Brasil. Membros do PT têm demonstrado hesitação em aderir ao novo movimento que pede a saída de Silveira. Alguns petistas levantam a possibilidade de que o apagão tenha sido um “boicote” promovido por setores contrários ao partido, demandando investigação. Para explicar o ocorrido, Silveira realizou uma coletiva de imprensa, na qual criticou a falha e afirmou que as informações técnicas sobre o apagão serão divulgadas em até 48 horas. O ministro também ressaltou que a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) conduzirão investigações para verificar possíveis intenções criminosas por trás do incidente.
Inácio Melo é tido como “desqualificado” em indicação para cargo

Os servidores públicos do Serviço Geológico do Brasil, uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, fizeram um apelo ao governo Lula pedindo que o nome de Inácio Melo seja rejeitado para a presidência do órgão. Apontado como “desqualificado” para a função, Inácio é marido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), aliada do PT. Três entidades que representam empregados do órgão encaminharam uma carta ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. Cabe à pasta chancelar nomes para cargos de comando no governo. No documento, as entidades se dizem “estarrecidas devido à desqualificação do indicado para liderar o SGB-CPRM”. O documento relaciona processos arquivados ou em trâmite contra Inácio Cavalcante Melo Neto e citam denúncias de agressão à ex-mulher, processos por crime ambiental, uso de documentos falsos e sonegação de tributos. Em 2021, Melo chegou a ter a prisão decretada pela Justiça no Maranhão pelo não pagamento de R$ 560 mil de pensão alimentícia do filho do primeiro casamento. “Outro agravante é a inaptidão técnico-científica confirmada pela falta de formação para o cargo pretendido, sendo formado em administração, além de inexistência de conhecimento prévio ou experiência na área de geociências ou mesmo relacionada ao setor mineral”, citam as entidades em apelo enviado a Rui Costa. Informações dão conta de que a nomeação de Inácio Melo já está em fase final para receber a chancela da Casa Civil. A senadora Eliziane Gama se manifestou por meio de nota ao ser interrogada quanto a insatisfação dos servidores. “Entendemos que as indicações políticas fazem parte do sistema de nomeação para ocupação de função pública. Inácio Melo possui experiência pública e privada, portanto, tem capacitação adequada para cumprir com a agenda deste governo, se eventualmente for convidado”. Em 2022, Melo disputou uma vaga na Assembleia Legislativa do Maranhão pelo PSDB. Inácio Melo, à época no PSDB, foi o candidato que mais recebeu dinheiro do Fundo Especial de Financiamento Eleitoral (FEFC) entre os candidatos que disputaram o cargo de deputado estadual. Ao todo, o candidato recebeu R$ 1,270.629,00. Ele recebeu pouco mais de 35 mil votos e não conseguiu se eleger.
Bolsonaro demite ministro após aumento do Diesel

O presidente Jair Bolsonaro (PL) mudou o comando do Ministério de Minas e Energia nesta quarta (11/05). Bento Albuquerque foi exonerado, a pedido, e Adolfo Sachsida foi nomeado para o cargo, cujo decreto já foi publicado no Diário Oficial da União (DOU). Em transmissão ao vivo nas redes sociais na última quinta (05/05), Bolsonaro citou Albuquerque ao reclamar do lucro registrado pela Petrobras no primeiro trimestre deste ano. Na oportunidade, o presidente classificou os lucros da Petrobras como um “estupro”. “Vocês não podem, ministro Bento Albuquerque e senhor José Mauro, da Petrobras, não podem aumentar o preço do diesel. Não estou apelando, estou fazendo uma constatação levando-se em conta o lucro abusivo que vocês têm. Vocês não podem quebrar o Brasil […] Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo”, declarou o presidente. Bento Albuquerque era um dos poucos ministros restantes do quadro inicial do governo federal. O atual ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida era chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia.