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Lucro de produtores rurais apresenta queda no governo Lula

Produtores rurais

BRASIL, 07 de dezembro de 2023 – A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) divulgou dados na quarta (6) revelando uma queda na margem de lucro dos produtores rurais brasileiros no primeiro ano do novo mandato do presidente Lula. Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, durante a apresentação dos dados, resumiu a situação: “Um resumo da produção agropecuária de 2023 é a velha máxima: ‘Safra cheia e bolso vazio’”. A retração nas margens de lucro bruto foi especialmente acentuada para os produtores de soja e milho, os grãos mais cultivados no país e considerados carros-chefes do agronegócio brasileiro. Segundo a confederação, as margens de lucro desses produtores diminuíram em 68% e 128%, respectivamente, devido ao aumento nos preços dos insumos combinado com a queda nas cotações dos grãos. A queda nos preços da soja teve início em dezembro de 2022, intensificando-se com a entrada da nova safra no Brasil e atingindo o ponto mínimo em meados de junho, com a saca cotada a R$ 128. Após uma leve recuperação entre julho e agosto, a oleaginosa continuou a ter cotações decrescentes, refletindo o esfriamento da demanda global. Entre janeiro e outubro, as cotações retraíram cerca de 20% em comparação com o ano anterior. Quanto à pecuária, as margens de lucro foram pressionadas principalmente pela queda nas receitas, sendo a pecuária leiteira a mais impactada, com um declínio de 26% no faturamento. Os produtores de ovos também enfrentaram dificuldades, registrando uma queda de 19%. Em seguida, os criadores de suínos (-4,9%) e de aves de corte (-3,8%) completam a lista dos setores afetados.

Com R$ 320 bi em caixa, estados aumentam obras em ano eleitoral

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Anos eleitorais são marcados por entrega de obras e benesses governamentais. Mas desta vez, enquanto o governo federal precisa bloquear recursos para bancar despesas que vão custar mais do que o orçado, estados e municípios vivem um momento de bonança, com uma sobra de centenas de bilhões de reais. Esses entes da federação nunca tiveram tanto dinheiro em caixa quanto nos últimos três anos. A sobra em caixa dos estados também aumenta a cobiça do governo federal, que vem tomando medidas para aliviar o bolso do consumidor passando o chapéu alheio, como a articulação para reduzir o ICMS, principal tributo estadual. A avaliação de um integrante do Executivo é que os governadores arrecadaram como nunca e não têm sensibilidade social neste momento: driblam o Congresso e se recusam a baixar o ICMS de produtos e serviços essenciais à população. Um levantamento da economista Vilma Pinto, da Instituição Fiscal Independente (IFI), feito a pedido do GLOBO, mostra que os estados tinham, até o fim do primeiro bimestre deste ano, R$ 319,8 bilhões para gastar. Os municípios contavam com R$ 185,7 bilhões. Isso representa um total de R$ 505,5 bilhões brutos disponíveis em caixa. Parte desse montante é carimbado, ou seja, só pode ser usada para gastos específicos, como em saúde e educação, o que limita a ação dos governos. Mas há sobras para obras, reajustes e programas. Essa conta já exclui recursos que serão usados para pagamento de dívidas. “A gente tem um aumento significativo na disponibilidade de caixa dos estados e municípios, muito em decorrência do aumento de receitas”, observa a economista. Ganhos na pandemia Os governos locais se beneficiaram da transferência de recursos durante a pandemia e da alta da inflação, que turbina a arrecadação. Além disso, não precisam cumprir os limites do teto de gastos impostos à União. Assim, além de aumentos salariais, estão executando grandes obras no país. A outra razão é o aumento da base de arrecadação dos estados, também influenciada pela aceleração da inflação. Em 2021, os estados arrecadaram R$ 652,42 bilhões com ICMS, e 27,4% desse total — R$ 178,9 bilhões — saíram da tributação de energia e combustíveis. “No caso dos estados, o principal tributo é o ICMS, e boa parte é vinculada a energia e combustíveis, que estão tendo um choque muito grande de preços, e acabam impactando, em termos proporcionais, de forma maior a arrecadação”, explica Vilma.

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