Presidência do Conselho de Odontologia pode ser estar sendo ocupada por analfabeto funcional

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O presidente do Conselho Regional de Odontologia do Maranhão, Rafael de Carvalho Nunes, lançou nota contra o jornalista Gilberto Leda. A peça pretendia ser uma espécie de defesa da categoria da matéria “Vacinação em São Luís tem até dentistas ‘furando filas’”, publicada por Léda. No entanto, serviu mais para escancarar o oportunismo que assombra a sociedade em tempos de pandemia. Caso não seja oportunismo, é provável que Rafael sofra de analfabetismo funcional. A reportagem de Gilberto Léda diz respeito a fraudes na fila da vacinação. Já em seu segundo parágrafo evidencia ter como alvo “profissionais da área de saúde” que estão “burlando as regras para ter acesso à vacinação”. Só após delimitar toda a classe de profissinais de saúde que o jornalista (chamado insistentetemente de blogueiro pelo tirador de dentes na nota), usa dentistas como exemplo. O texto possui menos de uma dúzia de linhas e é claro em si mesmo: “Segundo o apurado, até dentistas que atuam em consultórios estão conseguindo acesso aos imunizantes com declarações de unidades de saúde “atestando” que atuam na linha de frente contra a Covid-19”. A notícia (e é muito constrangedor ter que explicar) trata de uma denúncia contra profissionais de saúde, inclusive dentistas, que estão conseguindo declarações atestando que fazem parte da linha de frente contra a Covid-19. As aspas utilizadas pelo jornalista deixam claro que os atestados podem ser forjados em referência direta ao que fora escrito no segundo parágrafo. Para ter entendido o texto como um ataque contra a categoria, tudo indica que Rafael Nunes pode fazer parte do grupo de analfabetos funcionais que frequentam as universidades do Brasil. Pesquisa da Universidade Católica de Brasília, publicada pela Globo anos atrás, mostra que de 50% dos universitários não conseguem compreender o que leem. A nota emitida pelo CRO possui 44 linhas dedicadas a ameaças e deboches contra o profissional da imprensa. Junto com Léda, o parlamentar Yglésio Moyses também é alvo dos ataques. Ao invés de tentar esclarecer os fatos denunciados, Rafael de Carvalho Nunes tenta fazer uma generalização canastrona que trata todo e qualquer dentista como integrante da linha de frente que combate à Covid-19. É claro que devem haver profissionais da área que se enquadram na situação. Em nenhum momento de sua reportagem Léda generaliza a categoria. Deveria ser claro, pelo menos para alguém que diz ter frequentado uma universidade, que nem todo dentista faz parte do grupo de risco. E isso serve para TODOS os demais profissionais de saúde. Nem todo médico está cuidando de pacientes com Covid-19 (será que o CRM lancará nota contra mim agora?). Rafael Nunes ainda afirma que pretende lançar mão em seu direito de resposta. Vai defender “certidão atestando” quem não trabalha em hospital? Essa eu quero ver… A nota de Rafael de Carvalho Nunes deixa evidenciada uma triste realidade. A canalhice que aflora pegando carona no oportunismo durante essa pandemia não se resume a furar fila.

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