Governo gastou R$ 3,5 bi em viagens sob sigilo desde 2014

MARANHÃO, 02 de junho de 2025 – Desde 2014, o governo federal gastou cerca de R$ 3,5 bilhões em viagens para servidores sob sigilo. Ao todo, uma em cada oito viagens realizadas em pouco mais de dez anos tiveram o nome do profissional público ocultado. Informações sobre o motivo e destino da viagem, além de cargo e função do servidor, também estão sob sigilo –parte delas há mais de uma década. A cifra de R$ 3,5 bilhões abrange gastos com passagens e diárias, que incluem hospedagem, alimentação e deslocamento, em valores que são depositados diretamente na conta do profissional. O custo das diárias é determinado por decreto e o servidor não precisa apresentar nota fiscal para comprovar as despesas. Em pouco mais de dez anos, foram quase R$ 2,8 bilhões gastos em diárias para profissionais não identificados, cifra que representa 20% da despesa do governo com hospedagens nesse período. Os valores foram atualizados pela inflação. Já os gastos só com passagens com dados sigilosos tiveram um custo de R$ 712 milhões, o equivalente a 10% do total. Na comparação entre governos, o patamar mais alto de sigilos foi registrado durante a presidência de Jair Bolsonaro (PL), que ocultou 16% dos nomes dos servidores em viagens. A gestão de Lula (PT) tem se aproximado dessa cifra –até abril deste ano, os nomes estavam ocultos em 15% das diárias e passagens. No governo de Dilma Rousseff, 12% das viagens tinham nomes sob sigilo, percentual que teve uma ligeira queda para 11% na presidência de Michel Temer. A Folha analisou informações de viagens de servidores registradas no Portal da Transparência de 2014 até abril de 2025. Foram consideradas apenas viagens que constavam como realizadas.
Moraes manda prender ex-presidente Fernando Collor

MACEIÓ, 25 de abril de 2025 – A prisão do ex-presidente Fernando Collor na madrugada desta sexta-feira (24) confirma uma tendência peculiar da política brasileira: a de que ocupar o Palácio do Planalto pode, eventualmente, levar a uma estadia na cadeia. Com sua condenação a oito anos e dez meses por corrupção na BR Distribuidora, o ex-presidente agora integra um seleto grupo de ex-mandatários que, desde a redemocratização, foram presos. Antes dele, Michel Temer (MDB) e Lula (PT) já haviam feito o mesmo trajeto – cada um com seu próprio estilo. Temer, preso preventivamente em 2019 na Operação Descontaminação, enfrentou acusações de liderar um esquema de propinas na construção da usina Angra 3.