Falência ameaça 30 mil empresas em uma década no Brasil

BRASIL, 20 de junho de 2025 – Entre 2015 e 2025, o Brasil registrou 31.773 pedidos de recuperação judicial, segundo dados da Predictus, maior banco de dados judiciais do país. Os processos impactaram diretamente outras 33.945 empresas credoras, totalizando 65.718 organizações envolvidas em 48.205 ações judiciais. O levantamento, divulgado na quarta (18), traça um panorama das empresas em crise financeira e os efeitos de eventos como a pandemia de covid-19. O setor industrial liderou o número de casos, enquanto São Paulo concentrou 71% dos processos, a maioria na Região Sudeste. O ano de 2017 teve o maior volume de pedidos, possivelmente reflexo da crise econômica de 2014 a 2016.
Correios escondem valores de contrato com empresa

BRASÍLIA, 10 de junho de 2025 – Os Correios mantêm sigilo sobre os valores e a duração do contrato com a Infracommerce para a implementação de sua plataforma de marketplace, chamada de “Mais Correios”, que está sendo apresentada internamente aos funcionários da estatal em lives e deve ser lançada nas próximas semanas ao público geral. O marketplace é tido como estratégia de inovação para diversificar as atividades da empresa pública e gerar novas receitas. Selecionada por chamamento público, a Infracommerce é responsável por toda a infraestrutura digital do marketplace, incluindo a plataforma de comercialização, sistemas de pagamento, usabilidade, segurança e suporte tecnológico, e, segundo os Correios, será remunerada por comissão sobre o valor das vendas intermediadas no ambiente desenvolvido. Assim como os Correios, a Infracommerce vem de prejuízos no ano passado (1,8 bilhão de reais) e no primeiro trimestre de 2025 (44,8 milhões de reais).
Governo Lula fecha contrato milionário com firma alvo da PF

BRASÍLIA, 28 de abril de 2025 – O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) firmou contrato de R$ 328 milhões com empresa de terceirização investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de fraudes em licitações do governo federal. O MGI abriu a licitação para contratar 1.216 funcionários terceirizados para 12 ministérios. O certame é considerado um dos maiores do setor nos últimos anos. O prazo do contrato é, inicialmente, de 3 anos, podendo ser prorrogado por até 10 anos. A pasta informou, por meio de nota, que não há sanções administrativas e penalidades atribuídas à empresa e que “adotou todas as cautelas necessárias previamente à homologação”. O MGI argumentou, também, que a Esplanada Serviços teve toda documentação “analisada rigorosamente, com base nos requisitos previstos no edital e na legislação aplicável” e que vai acompanhar, junto aos órgãos de controle, a execução do contrato. Conforme antecipou a coluna, no mês passado, a pasta comandada pela ministra Esther Dweck caminhava para firmar o contrato com a Esplanada Serviços, após a empresa ter a proposta habilitada na licitação milionária. A homologação ocorreu no último dia 17. A ESPLANADA SERVIÇOS E A INVESTIGAÇÃO DA PF A Esplanada Serviços Terceirizados LTDA é suspeita de integrar grupo de empresas do setor que simulavam concorrência e fraudavam licitações para obter contratos com o poder público que, juntos, alcançam cifras bilionárias. As companhias, incluindo a R7 Facilities e a Esplanada, chegaram a ser alvo de mandado de busca e apreensão em 11 de fevereiro deste ano, no âmbito da Operação Dissímulo, da PF e da CGU. Já o dono da Esplanada afirmou que não tem “conluio” com o grupo investigado. Dez dias depois, em 21 de fevereiro, o MGI decidiu aceitar a proposta da Esplanada. No final do mês de março, a pasta negou recursos das concorrentes para desabilitar a empresa, dando mais um passo em direção à assinatura do contrato de R$ 328 milhões. Antes, o pregão havia sido habilitado à R7 Facilities, conforme revelou o repórter Vinícius Valfré, do jornal O Estado de S. Paulo. A empresa está em nome de um laranja e também consta entre as investigadas pela PF na Operação Dissímulo, devido ao esquema de fraudes em licitações. O ex-deputado distrital e policial civil aposentado Carlos Tabanez é apontado como um dos donos da companhia. Ele nega que seja sócio oculto.
CGU apura contrato de R$ 321 milhões no governo Lula

BRASÍLIA, 03 de fevereiro de 2025 – A Controladoria-Geral da União (CGU) investiga a contratação da empresa R7 Facilities por R$ 321 milhões pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) durante o governo Lula. A firma, supostamente ligada a um laranja da periferia de Brasília, venceu uma licitação para fornecer 1,2 mil funcionários terceirizados a 12 ministérios ao longo de três anos. Sob a gestão de Esther Dweck, o ministério classificou a R7 como “aceita e habilitada” em janeiro. O contrato, um dos maiores do setor nos últimos anos, prevê gastos de até R$ 383,1 milhões. A R7 apresentou a proposta mais vantajosa, superando 40 concorrentes ao oferecer R$ 321 milhões. O ministério afirmou que a empresa não possui condenações que impeçam sua participação e que o processo seguiu requisitos técnicos, operacionais e financeiros. Declarou ainda que a contratação garante transparência e igualdade entre os concorrentes. A R7 Facilities nega envolvimento com laranjas e sustenta que presta serviços de qualidade conquistados regularmente. PROCESSO ADMINISTRATIVO DA CGU Após reportagens do jornal O Estado de S. Paulo, a CGU iniciou uma investigação preliminar em março de 2024. Em janeiro, o ministro Vinícius Marques de Carvalho determinou a instauração de um Processo Administrativo de Responsabilização (PAR) para apurar possíveis violações às leis anticorrupção e de licitações. Caso confirmadas as irregularidades, a empresa poderá receber multa de até 20% do faturamento bruto de 2024 ou restrições para contratar com a administração pública. A CGU apontou suspeitas de declarações falsas e combinação em licitações, além do uso de interpostas pessoas no quadro societário. Quatro empresas recorreram contra a permanência da R7 no certame, alegando benefícios fiscais indevidos. Investigações indicam que a R7 pode estar registrada em nome de Gildenilson Braz Torres, técnico em contabilidade residente em uma casa modesta no Distrito Federal. Durante a pandemia, ele recebeu auxílio emergencial e possuía saldo baixo em suas contas. Desde 2019, a R7 acumulou R$ 696,8 milhões em contratos com o governo federal. A partir de 2023, expandiu significativamente sua atuação. A CGU também instaurou processos administrativos contra outras duas empresas suspeitas de fraudes em parceria com a R7.
Governo Lula pagou quase R$ 1 milhão a empresa de fachada

amapá, 18 de dezembro de 2024 – O Ministério da Saúde desembolsou R$ 998 mil, nos últimos dois anos, para uma empresa suspeita de ser de fachada. A contratação foi feita emergencialmente para prestar serviços administrativos e de recepção no Distrito Sanitário Especial Indígena Amapá/Norte do Pará. O contrato, que somava R$ 12,8 milhões com validade de 12 meses, foi cancelado após a identificação de irregularidades. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de que a empresa contratada, S R de Oliveira, conhecida como Marjo Soluções, seria de fachada. Fundada em março de 2022, a empresa pertence a Sandra Rodrigues de Oliveira, ex-faxineira e funcionária de outra prestadora de serviços na mesma área, a Gold Serviços Ltda. A sede da empresa fica no bairro de Trem, em Macapá (AP).
Empresa tem 12 pesquisas eleitorais suspensas pela Justiça

MARANHÃO, 1º de outubro de 2024 – Uma empresa criada em 12 de janeiro de 2024 tornou-se alvo de múltiplas suspensões de pesquisas eleitorais em vários municípios do Maranhão e outros estados. A AR7 Pesquisas Inteligentes Ltda acumula 12 suspensões pela Justiça Eleitoral em um mês. PESQUISAS SUSPENSAS Mirador (MA)Sob suspeita de manipulação de dados, o juiz Fábio Gondinho de Oliveira, da 72ª Zona Eleitoral, suspendeu a divulgação de pesquisa registrada sob o protocolo MA-02984/2024. A ação foi movida pela coligação “Construindo a Nova História”, que apontou falhas na metodologia e coleta de dados pessoais, além de favorecimento à candidata à reeleição, Domingas Cabral (PT). Magalhães de Almeida (MA)A juíza Lyanne Pompeu de Sousa Brasil suspendeu a pesquisa MA-02339/2024 após constatar irregularidades, como a ausência de informações obrigatórias e o não registro da empresa no conselho regional de estatística. A decisão foi baseada na Resolução do TSE 23.600/2019. Barreirinhas (MA)Em Barreirinhas, o juiz José Pereira Lima Filho suspendeu a pesquisa MA-02606/2024, reconhecendo diversas irregularidades. A empresa foi denunciada por não ter registro no Conselho Regional de Estatística, comprometendo a lisura dos resultados. Anajatuba (MA)A Justiça Eleitoral suspendeu uma pesquisa em Anajatuba após constatar que a AR7 não apresentou o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), o que comprometeu a integridade da pesquisa. A decisão foi proferida pelo juiz Celso Serafim.
Inadimplência atinge 6,1 milhões de empresas em abril, revela Serasa

O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian revelou que, em abril, o número de inadimplentes registrados foi de 6,1 milhões no país. De acordo com os dados do índice, o setor de Serviços foi o mais afetado, com 52,5% do total. As empresas da área de Comércio equivalem a 38,3%, as Indústrias a 7,9%, e o setor Primário corresponde a apenas 0,9%. Confira no gráfico abaixo a oscilação dos números gerais: Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o alto nível de inadimplência no Brasil é uma movimentação que deve continuar sendo observada ao longo do ano. “Enquanto a instabilidade econômica perdurar, os empreendedores continuarão encontrando dificuldades para sair do vermelho, já que precisam lidar com o encarecimento dos insumos e do crédito. Outro fator que potencializa esse cenário desafiador é o abalo da confiança financeira do consumidor, que segue mantendo o consumo por necessidade como principal critério para fechar as contas no fim do mês”, diz.
Rússia deve confiscar ativos de empresas que deixarem o país

Multinacionais que deixaram de operar na Rússia podem ter que lidar com confisco de bens devido a uma lei que o governo do país prepara para liberar a nacionalização de bens de países considerados “não amistosos”, segundo informação da agência Reuters. O governo russo normalmente usa o termo “não amistoso” para os países que impuseram sanções à Rússia após a invasão da Ucrânia, ou seja, os Estados Unidos e membros da União Europeia. A previsão é que o texto seja apresentado nas próximas semanas e dará o poder a Moscou de intervir em empresas sempre que houver risco para empregos ou para a indústria local. Recentemente, McDonald’s, Starbucks e AB InBev decidiram abandonar o país e venderam os ativos como restaurantes e cafeterias para magnatas russos. A partir da implementação da lei, empresas desejarem abondonar a Rússia devem estar preparadas para sofrer um forte baque financeiro.