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Lula exonera diretor-adjunto da Abin, mas mantém o chefe

02 ABIN

BRASÍLIA, 31 de janeiro de 2024 – O presidente Lula exonerou nesta terça (30) Alessandro Moretti do cargo de diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A exoneração do número 2 da agência foi publicada na noite desta terça (30) em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A demissão ocorre após a Polícia Federal (PF) deflagrar operação que investiga suposto esquema de produção de informações clandestinas dentro da Abin durante a gestão do então diretor e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ). Um dos alvos da investigação é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mais cedo, o presidente Lula havia dito, em entrevista, que se fosse comprovado o envolvimento de Moretti no monitoramento ilegal feito no governo passado, não haveria condições de ele permanecer na instituição. O delegado federal Alessandro Moretti estava na Abin desde março de 2023 e continuou no órgão por ter relação de confiança com o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Lula. Com a saída de Moretti, o segundo maior posto do órgão passará a ser ocupado por Marco Aurélio Chaves Cepik, conforme nota divulgada pela Casa Civil da Presidência da República. Cepik é professor universitário e o atual diretor da Escola de Inteligência da Abin. Antes da Abin, Moretti ocupou direção de Inteligência Policial (2022 a 2023) e de Tecnologia da Informação e Inovação (2021 a 2022) da Polícia Federal. Ele também atuou como diretor de Gestão e Integração de Informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em 2020 e foi secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, entre 2018 e 2020.

Sob Lula, direção da Abin interferiu em investigação, afirma PF

PF Abin

BRASÍLIA, 26 de janeiro de 2024 – Os investigadores da Polícia Federal (PF) envolvidos na Operação Vigilância Aproximada informaram que, após o presidente Lula (PT) assumir o Planalto, a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) “realizou ações que interferiram no bom andamento da investigação”. Os policiais dizem, no entanto, que ainda não identificaram o objetivo dessa manobra. A informação consta relatório que autorizou a operação, deflagrada nesta quinta (25). A investigação da PF aponta que a Abin de Lula atuou com interferências. Trecho de relatório obtido pelo portal Metrópoles indica o seguinte: “A gravidade ímpar dos fatos é incrementada com o possível conluio de parte dos investigados com a atual alta gestão da Abin, cujo resultado causou prejuízo para a presente investigação, para os investigados e para a própria instituição”. No documento, os policiais tecem críticas à atuação do antigo diretor de Inteligência da PF Alessandro Moretti, que hoje ocupa o segundo cargo na hierarquia da Abin. O relatório também aponta que, em reunião com investigadores à frente do caso, Moretti teria dito que a apuração seria “fundo político e iria passar”. Isso, porém, “não é a postura esperada de delegado”, descreve a resolução. Ainda conforme o documento, a reverberação das declarações da direção da Abin “possui o condão de influir na liberdade e na percepção da gravidade dos fatos pelos investigados ao afirmar a existência de ‘fundo político’ ao declarar se tratar de ‘Politização e disputas mesquinhas de poder com a Inteligência de Estado’, em demérito à presente investigação”.

ABIN indicou risco de invasão às autoridades dos Três Poderes

8 de Janeiro

BRASÍLIA, 16 de julho de 2023 – Durante as sessões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos do 8 de Janeiro, parlamentares de diferentes posições políticas mencionaram um suposto “relatório” da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) que teria previsto os ataques aos prédios públicos da Praça dos Três Poderes. De acordo com o material divulgado pelo Congresso em Foco e UOL, o conteúdo consiste principalmente em mensagens enviadas em dois grupos de Whatsapp. O primeiro é o Grupo de Whatsapp CONSISBIN (Conselho Consultivo do Sistema Brasileiro de Inteligência), criado em novembro de 2019 e administrado pela ABIN. O segundo é o Grupo de Whatsapp CIISP Manifestações, criado em janeiro de 2023 pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, com a participação de representantes de diversos órgãos. As mensagens começaram a ser enviadas em 2 de janeiro de 2023, informando principalmente sobre manifestações em capitais e rodovias. Entre os dias 2 e 5 de janeiro, foi enviada uma mensagem por dia alertando sobre protestos relacionados ao resultado das eleições presidenciais de 2022 e sobre protestos em estradas, com variação de 11 a 20 pontos de concentração pelo país. Nenhuma das mensagens mencionava atos violentos ou ataques a prédios e instituições públicas. No dia 6, às 16h30, uma mensagem trouxe um diagnóstico da atmosfera de revolta no Brasil, mencionando a convocação de atos em refinarias e distribuidoras de combustível em MG, AM e PR, além de chamadas para caravanas em direção a Brasília, greves e paralisações. No entanto, não havia dados que indicassem uma mobilização efetiva da população ou de setores da sociedade civil para essas ações. Às 19h40, uma nova mensagem alertava para a perspectiva de manifestações em Brasília e mencionava a convocação de caravanas com manifestantes armados e a intenção de invadir o Congresso Nacional e outros edifícios na Esplanada dos Ministérios. No dia 7 de janeiro, foram enviadas várias mensagens acompanhando o desenrolar dos eventos em Brasília, informando sobre a chegada de manifestantes, a ocupação de locais como o QG do Exército, a Esplanada dos Ministérios, o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF, assim como confrontos entre manifestantes e forças policiais. Às 20h, as forças de segurança retomaram o controle dos prédios públicos após invasões que resultaram em danos ao patrimônio. Manifestantes continuavam na Esplanada dos Ministérios, e o policiamento foi reforçado em locais estratégicos. A presença de manifestantes dispersando-se continuava sendo relatada. As mensagens não faziam referência direta a atos violentos ou ataques a prédios e instituições públicas, mas alertavam para a convocação de manifestações e possíveis ações violentas por parte de alguns grupos.

Ex-diretor da Abin alertou governo sobre riscos de protestos

Saulo Cunha

BRASÍLIA, 1º de agosto de 2023 – O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo da Cunha, prestou depoimento à CPMI do 8 de janeiro, revelando que foram enviados 33 alertas de inteligência sobre o monitoramento dos manifestantes, entre os dias 2 e 8 de janeiro. Segundo Cunha, os órgãos de segurança do GDF e alguns órgãos do governo federal já tinham conhecimento, a partir da tarde do dia 7, sobre a possibilidade de uma manifestação com grande participação de pessoas. Parte dos alertas foi encaminhada diretamente ao então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, via WhatsApp. “O que nós não tínhamos ainda efetivamente era a ‘qualidade’ desses passageiros. Ou seja, se havia ali entre eles, já imiscuído, algum extremista, alguém portando armas, essa informação nós não tínhamos. Mas nós informamos sim, uma atividade não usual na chegada para Brasília […] Na tarde do dia 7, os órgãos de segurança do GDF e alguns órgãos do governo federal já tinham, sim, uma ideia de que nós teríamos pelo menos uma manifestação com grande participação de pessoas”, afirmou Cunha. O ex-diretor também relatou que, por volta das 8 horas do dia 8 de janeiro, enviou mensagem via WhatsApp informando sobre a quantidade de ônibus que estavam chegando a Brasília, o que gerou preocupação no ministro. Posteriormente, por volta das 13h30, alertou o general G. Dias por telefone sobre a possibilidade de invasão das sedes dos poderes da República. Além das mensagens no WhatsApp, também foram enviados dois relatórios sobre os alertas. O primeiro relatório foi modificado para retirar o nome do ex-ministro chefe do GSI como destinatário, mas Cunha evitou usar a palavra “adulteração” ao descrever a alteração.

Lula exonera diretor-adjunto da Abin, mas mantém o chefe

02 ABIN

BRASÍLIA, 31 de janeiro de 2024 – O presidente Lula exonerou nesta terça (30) Alessandro Moretti do cargo de diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A exoneração do número 2 da agência foi publicada na noite desta terça (30) em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A demissão ocorre após a Polícia Federal (PF) deflagrar operação que investiga suposto esquema de produção de informações clandestinas dentro da Abin durante a gestão do então diretor e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ). Um dos alvos da investigação é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mais cedo, o presidente Lula havia dito, em entrevista, que se fosse comprovado o envolvimento de Moretti no monitoramento ilegal feito no governo passado, não haveria condições de ele permanecer na instituição. O delegado federal Alessandro Moretti estava na Abin desde março de 2023 e continuou no órgão por ter relação de confiança com o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Lula. Com a saída de Moretti, o segundo maior posto do órgão passará a ser ocupado por Marco Aurélio Chaves Cepik, conforme nota divulgada pela Casa Civil da Presidência da República. Cepik é professor universitário e o atual diretor da Escola de Inteligência da Abin. Antes da Abin, Moretti ocupou direção de Inteligência Policial (2022 a 2023) e de Tecnologia da Informação e Inovação (2021 a 2022) da Polícia Federal. Ele também atuou como diretor de Gestão e Integração de Informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em 2020 e foi secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, entre 2018 e 2020.

Sob Lula, direção da Abin interferiu em investigação, afirma PF

PF Abin

BRASÍLIA, 26 de janeiro de 2024 – Os investigadores da Polícia Federal (PF) envolvidos na Operação Vigilância Aproximada informaram que, após o presidente Lula (PT) assumir o Planalto, a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) “realizou ações que interferiram no bom andamento da investigação”. Os policiais dizem, no entanto, que ainda não identificaram o objetivo dessa manobra. A informação consta relatório que autorizou a operação, deflagrada nesta quinta (25). A investigação da PF aponta que a Abin de Lula atuou com interferências. Trecho de relatório obtido pelo portal Metrópoles indica o seguinte: “A gravidade ímpar dos fatos é incrementada com o possível conluio de parte dos investigados com a atual alta gestão da Abin, cujo resultado causou prejuízo para a presente investigação, para os investigados e para a própria instituição”. No documento, os policiais tecem críticas à atuação do antigo diretor de Inteligência da PF Alessandro Moretti, que hoje ocupa o segundo cargo na hierarquia da Abin. O relatório também aponta que, em reunião com investigadores à frente do caso, Moretti teria dito que a apuração seria “fundo político e iria passar”. Isso, porém, “não é a postura esperada de delegado”, descreve a resolução. Ainda conforme o documento, a reverberação das declarações da direção da Abin “possui o condão de influir na liberdade e na percepção da gravidade dos fatos pelos investigados ao afirmar a existência de ‘fundo político’ ao declarar se tratar de ‘Politização e disputas mesquinhas de poder com a Inteligência de Estado’, em demérito à presente investigação”.