Os servidores públicos do Serviço Geológico do Brasil, uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, fizeram um apelo ao governo Lula pedindo que o nome de Inácio Melo seja rejeitado para a presidência do órgão.
Apontado como “desqualificado” para a função, Inácio é marido da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), aliada do PT.
Três entidades que representam empregados do órgão encaminharam uma carta ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. Cabe à pasta chancelar nomes para cargos de comando no governo. No documento, as entidades se dizem “estarrecidas devido à desqualificação do indicado para liderar o SGB-CPRM”.
O documento relaciona processos arquivados ou em trâmite contra Inácio Cavalcante Melo Neto e citam denúncias de agressão à ex-mulher, processos por crime ambiental, uso de documentos falsos e sonegação de tributos.
Em 2021, Melo chegou a ter a prisão decretada pela Justiça no Maranhão pelo não pagamento de R$ 560 mil de pensão alimentícia do filho do primeiro casamento.
“Outro agravante é a inaptidão técnico-científica confirmada pela falta de formação para o cargo pretendido, sendo formado em administração, além de inexistência de conhecimento prévio ou experiência na área de geociências ou mesmo relacionada ao setor mineral”, citam as entidades em apelo enviado a Rui Costa.
Informações dão conta de que a nomeação de Inácio Melo já está em fase final para receber a chancela da Casa Civil. A senadora Eliziane Gama se manifestou por meio de nota ao ser interrogada quanto a insatisfação dos servidores.
“Entendemos que as indicações políticas fazem parte do sistema de nomeação para ocupação de função pública. Inácio Melo possui experiência pública e privada, portanto, tem capacitação adequada para cumprir com a agenda deste governo, se eventualmente for convidado”.
Em 2022, Melo disputou uma vaga na Assembleia Legislativa do Maranhão pelo PSDB. Inácio Melo, à época no PSDB, foi o candidato que mais recebeu dinheiro do Fundo Especial de Financiamento Eleitoral (FEFC) entre os candidatos que disputaram o cargo de deputado estadual.
Ao todo, o candidato recebeu R$ 1,270.629,00. Ele recebeu pouco mais de 35 mil votos e não conseguiu se eleger.