BRASÍLIA, 12 de janeiro de 2024 – A Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou nesta sexta (12) a destituição de Luciano de Freitas Musse, ex-gerente de projetos da secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão de Milton Ribeiro.
A medida ocorre devido ao envolvimento de Musse no escândalo dos pastores suspeitos de operar um esquema de corrupção na pasta.
Com a decisão, Luciano Musse fica impedido de assumir qualquer cargo público por oito anos. Ele ocupava o cargo de gerente de projetos vinculado à secretaria-executiva do MEC quando o escândalo veio à tona, período em que Victor Godoy Veiga era o titular da secretaria-executiva.
Luciano Musse já havia sido exonerado em março de 2022, mas não havia restrições para assumir outra função pública até a decisão da CGU.
O processo administrativo disciplinar conduzido pela CGU investigou a participação de Musse na atuação dos pastores evangélicos Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura Correia na liberação de recursos do MEC a prefeitos.
Os pastores, apesar de não serem servidores, assessoravam o então ministro Milton Ribeiro e intermediavam reuniões com prefeitos em troca de propina.
De acordo com a Controladoria, Musse fazia parte da equipe dos pastores e foi descrito por testemunhas como uma espécie de segurança dos mesmos. O ex-assessor também teria recebido R$ 20 mil por indicação de um dos pastores, conforme comprovado no processo.
A decisão de destituição foi baseada em depoimentos de testemunhas, incluindo prefeitos que relataram terem sido solicitadas propinas.
Entre as evidências, destacam-se comprovantes de depósito e emissão de passagem para Musse pela prefeitura de Piracicaba (SP) para a participação em um evento organizado pelos pastores, mesmo mantendo vínculo com o MEC.
Musse chegou a ser preso pela Polícia Federal no decorrer da investigação, que também deteve Milton Ribeiro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, além de Helder Bartolomeu, ex-assessor da Prefeitura de Goiânia.